domingo, 28 de junho de 2020

VIAGENS – Rafael Rocha

Muito amada a cidade! Recife de meu tempo
e de minhas glórias intérminas
renascidas diariamente.
Bastantes amadas ruas e avenidas
e os becos e os abraços persistentes
dos prostíbulos e dos bares e botecos.

Na rua Padre Muniz a putinha Aparecida
tirou-me a virgindade de uma só vez
no aposento do primeiro andar de um bar
fazendo esquina com a Travessa do Macedo.
Ah, mas isso foi em um tempo
de quando não existia pandemia grave!

Hoje meu coração aflito não mais caminha
pelas ruas e avenidas e nem adentra bares
nem prostíbulos e nem botecos.
Tento fazer a mente viajar por esses espaços
antes que estações mortas e fúnebres
tornem-se presenças únicas no meu cantar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário