ABERTURA
DO LIVRO "CANTARES" DO POETA OLINDENSE/RECIFENSE/PERNAMBUCANO RAFAEL ROCHA QUE ESTÁ SENDO COMERCIALIZADO PELA EDITORA
ESSENCIAL DE SÃO PAULO AO PREÇO DE R$ 38,00, INCLUSAS DESPESAS DE
CORREIO. www.editoraessencial.com.br.
UTILIZE SEU CARTÃO DE CRÉDITO E COMPRE.
O EXEMPLAR ADQUIRIDO SERÁ ENVIADO PELO CORREIO DIRETO PARA SUA CASA..
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CANTARES (I)
"Cheguei até este limiar cheio de mim
Profetizando a dor escondida dos homens.
E delimitando no infinito do horizonte
Marcos e marcas para todos os viajantes
E neste limiar que pretende ser eterno
Profetizo o verso ainda não posto à mesa".
(1)
O povo não é mais pescador dele mesmo.
Arrasta a maldição da dor
Devido às manipulações
De quem ocupa a tribuna
E se diz autoridade.
O povo vive de restos malditos
E nasce em berço muito pouco esplêndido.
Não pretendo atirar a primeira pedra.
Prefiro denunciar ao mundo
A ganância dos títeres.
Não pretendo aceitar
Os ditames da última era.
Debruçarei meu corpo
Nos balaústres das pontes.
Atentarei meu olhar nos rios sujos da cidade.
E tentarei falar a voz humana:
“Sou pobre, mas honesto”.
Nem mais isso os meus queridos
Devem no balcão da vida.
(2)
Hipócritas
Outros homens dizem representar o divino
E abrem um livro dito sagrado
Para fundar igrejas
E corromper a mente dos ingênuos
Vendendo a fé como uma sopa
E a crença como um pão doce.
A justiça fica adormecida
Em seus palácios
Fazendo ouvidos moucos à pregação
Inconveniente da ideia do divino.
Eles consagram os vendilhões do templo
E beijam a moeda retirada do bolso do pobre.
Este é um novo ritual
A fazer do inalcançável a ilusão alcançada
E comprada como um sapato
Ou um trago de cachaça.
Ladrões da inocência!
A palavra dos honestos ainda irá perfurar
Seus imensos corpanzis de mentira e sujeira.
(3)
Ah, terra minha!
Ah, gente minha!
Vamos agitar nossa força nas estradas!
Vamos subir aos mais altos andares!
Vamos agarrar nossas aspirações na marra!
Túmulos não foram feitos apenas
Para quem não tem onde morrer de fome.
E a Pátria Nordeste
Ainda não foi
De todo descoberta como ela merece.
Escuta, ó gente minha!
As areias e os seixos dos rios
Ainda estarão aqui pelos próximos séculos.
E elas devem crer que nossos guerreiros
Souberam agir
Com mente firme e mão generosa.
(4)
Nem Cristo! Nem Guevara!
Nem Buda! Nem Maomé!
Nem Ocidente ou Oriente!
A salvação é criar um tempo definitivo.
Agitar!
Lutar!
Sangrar!
Não vamos mendigar
Aos pastores da mentira
A ideia de um deus de bordel.
Para que essa cegueira?
Nós somos o Reino!
Nós somos os olhos da vida!
(5)
Meu verso está sendo posto à mesa
Às mãos dos semeadores da palavra.
Não deem as costas ao poema!
Não estilhacem o sangue do poema!
Não quero ver meus queridos agonizando
Sob a oratória dos corruptos
E dos estelionatários da fé!
(6)
Lotadas as estradas
Com a esperança e seu verde brilhante
Os homens golpearão seus inimigos
Dentro do mais curto espaço do tempo.
E meu espírito vestirá a pele dos libertos
Desvendando as traições
Dos compradores de almas.
(7)
E todos irão saber:
O Senhor da Liberdade
Respira e vive na alma do homem da terra.
Ele é forte e tem seu livro sagrado
Escrito na palma das suas mãos
E em sua pele enrugada.
Com os palácios derribados
Com os falsos senhores desgrenhados
O homem real da terra
Poderá desfrutar a vida
E aprisionar parasitas
Que de nada cuidam
Mas apenas enaltecem a cruz e a morte.
(8)
Caminhemos!
Caminhemos!
A estrada é longa!
Vamos buscar mulheres e homens!
O Senhor da Liberdade respira
E tem seu livro sagrado
Escrito na pele enrugada
Dos homens tristes e pobres.
(9)
Quando o vento nordeste varrer o semiárido
As fogueiras das vaidades
Terão de ser apagadas
Mas acender-se-ão luzes de águas.
As chuvas ficarão plantadas
Nas carnes dos guerreiros da vida
E dos livros rasgaremos as páginas
Das “histórias oficiais”
Escritas pelos opressores.
(10)
Ah, meu verso profético!
Que beleza!
Chegou para extravasar a tua ira.
Chegou para render homenagem
Ao homem da Pátria Nordeste.
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CANTARES (I)
"Cheguei até este limiar cheio de mim
Profetizando a dor escondida dos homens.
E delimitando no infinito do horizonte
Marcos e marcas para todos os viajantes
E neste limiar que pretende ser eterno
Profetizo o verso ainda não posto à mesa".
(1)
O povo não é mais pescador dele mesmo.
Arrasta a maldição da dor
Devido às manipulações
De quem ocupa a tribuna
E se diz autoridade.
O povo vive de restos malditos
E nasce em berço muito pouco esplêndido.
Não pretendo atirar a primeira pedra.
Prefiro denunciar ao mundo
A ganância dos títeres.
Não pretendo aceitar
Os ditames da última era.
Debruçarei meu corpo
Nos balaústres das pontes.
Atentarei meu olhar nos rios sujos da cidade.
E tentarei falar a voz humana:
“Sou pobre, mas honesto”.
Nem mais isso os meus queridos
Devem no balcão da vida.
(2)
Hipócritas
Outros homens dizem representar o divino
E abrem um livro dito sagrado
Para fundar igrejas
E corromper a mente dos ingênuos
Vendendo a fé como uma sopa
E a crença como um pão doce.
A justiça fica adormecida
Em seus palácios
Fazendo ouvidos moucos à pregação
Inconveniente da ideia do divino.
Eles consagram os vendilhões do templo
E beijam a moeda retirada do bolso do pobre.
Este é um novo ritual
A fazer do inalcançável a ilusão alcançada
E comprada como um sapato
Ou um trago de cachaça.
Ladrões da inocência!
A palavra dos honestos ainda irá perfurar
Seus imensos corpanzis de mentira e sujeira.
(3)
Ah, terra minha!
Ah, gente minha!
Vamos agitar nossa força nas estradas!
Vamos subir aos mais altos andares!
Vamos agarrar nossas aspirações na marra!
Túmulos não foram feitos apenas
Para quem não tem onde morrer de fome.
E a Pátria Nordeste
Ainda não foi
De todo descoberta como ela merece.
Escuta, ó gente minha!
As areias e os seixos dos rios
Ainda estarão aqui pelos próximos séculos.
E elas devem crer que nossos guerreiros
Souberam agir
Com mente firme e mão generosa.
(4)
Nem Cristo! Nem Guevara!
Nem Buda! Nem Maomé!
Nem Ocidente ou Oriente!
A salvação é criar um tempo definitivo.
Agitar!
Lutar!
Sangrar!
Não vamos mendigar
Aos pastores da mentira
A ideia de um deus de bordel.
Para que essa cegueira?
Nós somos o Reino!
Nós somos os olhos da vida!
(5)
Meu verso está sendo posto à mesa
Às mãos dos semeadores da palavra.
Não deem as costas ao poema!
Não estilhacem o sangue do poema!
Não quero ver meus queridos agonizando
Sob a oratória dos corruptos
E dos estelionatários da fé!
(6)
Lotadas as estradas
Com a esperança e seu verde brilhante
Os homens golpearão seus inimigos
Dentro do mais curto espaço do tempo.
E meu espírito vestirá a pele dos libertos
Desvendando as traições
Dos compradores de almas.
(7)
E todos irão saber:
O Senhor da Liberdade
Respira e vive na alma do homem da terra.
Ele é forte e tem seu livro sagrado
Escrito na palma das suas mãos
E em sua pele enrugada.
Com os palácios derribados
Com os falsos senhores desgrenhados
O homem real da terra
Poderá desfrutar a vida
E aprisionar parasitas
Que de nada cuidam
Mas apenas enaltecem a cruz e a morte.
(8)
Caminhemos!
Caminhemos!
A estrada é longa!
Vamos buscar mulheres e homens!
O Senhor da Liberdade respira
E tem seu livro sagrado
Escrito na pele enrugada
Dos homens tristes e pobres.
(9)
Quando o vento nordeste varrer o semiárido
As fogueiras das vaidades
Terão de ser apagadas
Mas acender-se-ão luzes de águas.
As chuvas ficarão plantadas
Nas carnes dos guerreiros da vida
E dos livros rasgaremos as páginas
Das “histórias oficiais”
Escritas pelos opressores.
(10)
Ah, meu verso profético!
Que beleza!
Chegou para extravasar a tua ira.
Chegou para render homenagem
Ao homem da Pátria Nordeste.
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