terça-feira, 23 de junho de 2020

RABISCOS - Valdelice Soares Pinheiro

Deixo que a mão vá
como se fosse asa
e traga do silêncio
de mim
o riso,
ou a música
que eu não faço.
Deixo que a mão vá
e busque,
na solidão
de onde não me sei,
o risco que me traça
o grito,
a linha que me traz
a voz.
Deixo que a mão vá e,
como se fosse um deus
fiando luz,
me crie
de meu nada.

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