sexta-feira, 6 de novembro de 2020

ASCENSÃO - Alberto Correia de Lacerda

 

Vou construindo a Verdade com degraus de pedra,
de pedra gemendo em doloroso sangue,
E à medida que as mãos pedem Perfeição
(as operárias mãos da alma insatisfeita)
seres invisíveis, puros, delicados,
afastam do meu ser as capas que me são
completamente alheias.

Solitade completa — o meu misténo
desta escadaria dolorosa.

Mas há no fim de tudo um lúcido Clarão.

É como a Cruz antiga que possui no meio
uma perfeita Rosa.

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