Como noiva, que tímida pretende
Sob os véus ocultar a face amada,
O dia pelo espaço a luz estende
Entre as turvas neblinas da alvorada.
Miríades de pássaros na estrada,
Soltando endechas que ninguém compreende
Cortam o éter, rindo à madrugada,
A madrugada que os escuta e entende.
Como esta hora a passear convida
Sente-se a alma embriagar de vida
Ao frio sopro das profundas grotas.
Como fôra suave, ó minha amada,
Junto contigo, ao frio da orvalhada,
Pela relva correr... às cambalhotas.
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