sábado, 19 de fevereiro de 2022

DOIS POEMAS de Tereza Amaral

 

AS FACES

Quantos somos cada um?
Dentro de nossas verdades?
Quantos somos na nossa metade?
Um par? Talvez três?
Faz de conta, leva a vida...
Ou vive tudo de uma vez.
Quantos somos quando se vive sem amor?
Insanos, cansados...
Simplesmente anestesiados...
Tolos enganados
Achando-se imunes a dor
Certos de que estamos certos
Fixos, herméticos
De olhos cerrados
Quantos somos?
Quantas faces temos?
Quando não somos amados?
......
NADA

Nada é o que me cerca
O vejo em todas as direções!
Nada venta nada se mexe,

Nada me toca, apenas passa por mim!
Minha alma reflete todo esse nada,

Como um espelho reflete o sol.
Tudo iluminando como se nada houvesse!
Tantos rostos em trânsito... do nada saem, pro nada vão...
E nada faço para alcançá-los
Gostaria mesmo é de dissipá-los, como se nada fossem...
Como se nada representassem, como se nada fossem no amanhã!
Como se jamais pudesse amá-los

Ou tão pouco desejá-los, já que nada sou.
E esse meu tempo em que nada acontece,

que nada tece, nem padece de ser nada, simples nada.
Eu te procuro e procuro a mim mesma!
Mesmo no escuro me acho em ti
Distante num nada que não é esse daqui.
E disperso... imerso nesse nada...
Ainda procuro tudo que possa achar no escuro
No Nada!

Nenhum comentário:

Postar um comentário