domingo, 13 de fevereiro de 2022

TEOPATIA - Venancio Lisboa Echeverría

Tradução de Solon Borges dos Reis
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Não é o compasso que faz o círculo
Pois este estava ali
Redondo, embora invisível e à espera
Do traço que o encontra e o revela.
Assim me acontece com Deus e o reparo
Estou e moro nele e não o alcanço.
O céu não está lá em cima,
No alto em que o vemos tão distante.
No rés do chão começa;
E quando caminhamos o pisamos.
Assim me acontece com Deus, e o percebo
Estou e moro nele e não o sinto.
Procurando como conciliar-me
E tentando conhecer-me,
Uma formiga percorreu meu rosto e eu a deixo
à vontade.
Mas, quando está na sobrancelha, já se esqueceu de
meus lábios.
E quando vai pela fronte, já se esqueceu do rosto.
Assim me acontece com Deus e o comparo
Estou e moro nele e não o abarco.
Como quem desenha uma porta
Ao pé de uma muralha
Gritando ao interior para que lhe abram
A fim de atravessá-la,
Meu Deus tão pressentido, silencia.
Assim como um protozoário que levanta o olhar
Que espreita o cristal do microscópio
Estou procurando por Deus
E não distingo o olho que me observa.
Diante do mostrador de um relógio medito
Que exatamente neste instante
São as doze horas juntas
Simultaneamente.
E que todos os calendários do passado
E os do futuro
Reuniram-se em um só dia: hoje.
Com as pontas dos dedos da mente
Sondo a presença da eternidade.

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