Tradução de Augusto de Campos
O calor cola. A
tarde arde e arqueja.
Ela arfa, sem
querer, nas leves vestes
e num tudo
enérgico despeja
a impaciência por
algo que está prestes
a acontecer: hoje,
amanhã, quem sabe
agora mesmo,
oculto, do seu lado;
da janela, onde um
mundo inteiro cabe,
ela percebe o
parque arrebicado.
Desiste, enfim, o
olhar distante; cruza
as mãos; desejaria
um livro; sente
o aroma dos
jasmins, mas o recusa
num gesto brusco. Acha que a faz doente.
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