Ele escreveu até nos icebergs
Vindos dos lagos gélidos da Antártida
Ele cantou a vida em gritos roucos
Por amores desvairados desmaiou
Ele cavalgava um corcel alado
Transmutava-se em algo fictício
Lutando na inconstância da vida
Como qualquer humano primitivo
Ele escreveu até nas longas águas
Do Oiapoque do Francisco ao Chuí
Dissertou versos tristes nas planícies
Onde morreram milhares de seus sonhos
Ele gelo sumiu no solo quente
Como ocorre nas velhas terras do sertão
E por ser o escrivão triste de um tempo
Era sombrio igual às
noites sem luar
Igual a todos que têm o belo intento
De batizar letras com vinho e água e pão
Tornou-se anônima lápide desmarcada
Como os heróis esquecidos pela pátria
Eis
o poeta!
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