segunda-feira, 25 de maio de 2020

SILÊNCIO – Fausto Rodrigues Valle

Meu silêncio é de dentro,
não ausência de sons.
Silva o vento e eu escuto o vento,
sem falar na sonoridade
de meus oblíquos passos.

Meu silêncio atroa nos cantos
escuros do ser aturdido,
ajunta-se a outros silêncios
que me acompanham na vereda
por onde caminho, perdido.

Meu silêncio deixa-me vígil,
como se mil tambores surdos
percutissem meus pobres tímpanos.
Meu silêncio retumba na estrada
e, um dia, ecoará na tumba.

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