Tradução de Geraldo Holanda
Cavalcanti
A primavera desperta árvores e rios;
a voz profunda não ouço,
em ti perdido, amada.
Sem memória de morte,
unidos na carne,
as trombetas do último dia
nos despertam adolescentes.
Ninguém nos ouve:
o leve respirar do sangue!
Feita ramo
floresce em teu flanco
a minha mão.
De plantas pedras águas
nascem os animais
ao sopro do ar.
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