O GRITO DO NADA
Sobre o nada regateio os
meios dias
sapateando nos espinhos
das valas
Quando calas, me desvaneço
Tu, rosto sem face que
me espreita
Sou esse rosto sem rosto
que me observa
Indigno ser errante de
um erro sem nome
Batizo as estradas
com meus pé voantes
revolvendo terra
beijando o pó da
minha espera.
............................
A RIMA
Joana não tem dentes
Maria espera um noivo
Clarinha está doente
Joaquina não tem parentes
Julinha baila nas avenidas
e João ficou demente
Entre tantos desatinos
o que mais me assombra
também me desafia
Entre tantos rumos só
um me desatina:
como atravessar o
trapézio equilibrando
a rima?
..........................
O ÓCIO
Despetalar o ócio
esse o ofício de
quem cria
informando o rumo de
um trabalho sem preço
Desmascarar o ofício
esse o rumo de quem
oferta sua cria no
altar da consumição
Desamarrar os rumos
esse o gosto de
quem sentencia o
doce exercício de
vaticinar as horas
Desarmar a verve
esse o dever de quem
arruma palavras em
verso
explicitando a vida.
...........................
A FUGA
De outro tanto a outrossim
escapei da lábia de Caim
Não caí no poço fundo
da amargura
Arquitetei bem a fuga
No lado obscuro
da armadilha finquei minha geração
plantei meus dias vazios
dormi sem preocupação.
Na cova do desenredo
enterrei as sementes do
medo e gritei por
precaução.
Sobre o nada regateio os
meios dias
sapateando nos espinhos
das valas
Quando calas, me desvaneço
Tu, rosto sem face que
me espreita
Sou esse rosto sem rosto
que me observa
Indigno ser errante de
um erro sem nome
Batizo as estradas
com meus pé voantes
revolvendo terra
beijando o pó da
minha espera.
............................
A RIMA
Joana não tem dentes
Maria espera um noivo
Clarinha está doente
Joaquina não tem parentes
Julinha baila nas avenidas
e João ficou demente
Entre tantos desatinos
o que mais me assombra
também me desafia
Entre tantos rumos só
um me desatina:
como atravessar o
trapézio equilibrando
a rima?
..........................
O ÓCIO
Despetalar o ócio
esse o ofício de
quem cria
informando o rumo de
um trabalho sem preço
Desmascarar o ofício
esse o rumo de quem
oferta sua cria no
altar da consumição
Desamarrar os rumos
esse o gosto de
quem sentencia o
doce exercício de
vaticinar as horas
Desarmar a verve
esse o dever de quem
arruma palavras em
verso
explicitando a vida.
...........................
A FUGA
De outro tanto a outrossim
escapei da lábia de Caim
Não caí no poço fundo
da amargura
Arquitetei bem a fuga
No lado obscuro
da armadilha finquei minha geração
plantei meus dias vazios
dormi sem preocupação.
Na cova do desenredo
enterrei as sementes do
medo e gritei por
precaução.
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