terça-feira, 14 de setembro de 2021

SABER – António Baião

 

Sabendo que o pouco que sei
Com, nada saber, se confunde
Ser assim... de saber, tão pouco
Melhor fora... de saber, ser nada
Ser como as aves do céu
Sobre os montes em revoada
Não querendo, saber quem são
Não querendo, saber de nada
Se é que sei, o saber certo
Às vezes penso comigo
Se nada de nada soubera
Se a tudo de tudo, fosse alheio
Quão bela seria a vida
Tão mágica
Tão sedutora
De mil encantos pejada
Desde o raiar dum dia
Até à outra madrugada
Desde o morno embalar do berço
À tumba, fria, molhada
Talhasse-me eu, a mim próprio...
Trocava o meu muito, saber tão pouco
P'lo muito, saber dum louco

Nenhum comentário:

Postar um comentário