sexta-feira
quase escura –
no lusco-fusco
tudo se mistura
E, sem mais essa nem aquela,
vem a vida e me empurra
novamente pro centro da cidade
E, infalível como paixão antiga
reversa,
vem à tona
minha absoluta incompatibilidade
com a normose urbana
neurose cinzenta
ranger de freios dentro da sala
janelas abertas pra desarmonia
agonia que se perpetua
nos passantes e moradores da rua
Mas, o que mais me surpreende
é que eles parecem não se dar conta
e sinto vontade, a todo momento,
de lhes perguntar
– sobretudo no elevador –
como conseguem conviver com tanta dor…
E, tentando encontrar
um pouco de equilíbrio,
ao andar pelas esquinas,
o que me vem,
lá do fundo,
é a velha intensa canção…
“Assim, eu estou tão cansada
mas não pra dizer
que não acredito mais em você…
Com minhas calças vermelhas
meu casaco de estrelas,
cheia de anéis
Vou descendo
por todas as ruas
e vou tomar aquele velho navio…
Eu não preciso de muito dinheiro,
e não me importa,
baby, ô minha hare baby…”
quase escura –
no lusco-fusco
tudo se mistura
E, sem mais essa nem aquela,
vem a vida e me empurra
novamente pro centro da cidade
E, infalível como paixão antiga
reversa,
vem à tona
minha absoluta incompatibilidade
com a normose urbana
neurose cinzenta
ranger de freios dentro da sala
janelas abertas pra desarmonia
agonia que se perpetua
nos passantes e moradores da rua
Mas, o que mais me surpreende
é que eles parecem não se dar conta
e sinto vontade, a todo momento,
de lhes perguntar
– sobretudo no elevador –
como conseguem conviver com tanta dor…
E, tentando encontrar
um pouco de equilíbrio,
ao andar pelas esquinas,
o que me vem,
lá do fundo,
é a velha intensa canção…
“Assim, eu estou tão cansada
mas não pra dizer
que não acredito mais em você…
Com minhas calças vermelhas
meu casaco de estrelas,
cheia de anéis
Vou descendo
por todas as ruas
e vou tomar aquele velho navio…
Eu não preciso de muito dinheiro,
e não me importa,
baby, ô minha hare baby…”
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