domingo, 19 de setembro de 2021

SIGILOS CALADOS – Jorge Baptista Carrano

 

A cada gole teu
uma verdade transparece
talvez aquela que nunca seria dita
se mostra rica de becos e vielas escuras,
não são como as minhas ruas,
aquelas que costumo transitar.
Um vinho traiçoeiro te envolve
e num desatino enorme, antes de cair
balbucia a própria sentença,
numa única palavra que se esvai...
Daí a “inconsciência” toma conta
protegendo de ti mesma
e dos sigilos calados que ainda estão por vir.
Acre aos meus ouvidos,
tua blasfêmia ecoa em volta
como se por revolta quisesse partir.
E tua queda ébria se manifesta
cai alma não o altar,
agora gesso, mal caiado,
sem cor ... pálido, delirado,
daquela que como um lírio
vicejava... invejava os sois de setembro.
Não... não... era agosto, ainda me lembro
daquele encontro de olhar.
Vinho que te queres rubro
empresto minha face
dou-te meu testemunho:
És a verdadeira verdade e Absoluta...
de quem esconde a si
num murmúrio... absurdo...
uma Marilyn... e daí!?

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