terça-feira, 28 de setembro de 2021

CRUA – Alane Ramos

Ponha-se no seu lugar!
Palavras fortes para quem nasceu,
Como eu, sem alinho.
Nunca me compreendi em outro recinto
Que não fosse o da escrita.
Desde que deram voz à minha loucura
Amanheço com um aperto nos sonhos...
Inconsequência de uma razão
Advinda de um falar esmo.
Justo hoje...!
Mudaram-me de desejo;
Depois de um banho...
Vestiram-me de poeta e
Propuseram-me um vício.
Confesso...
O esforço do ócio dita um dia honesto,
E...
A maldade das horas me arrebata
De um tempo que tende ao milagre.
Sabes...
Tantos sermões sem sentido nos vãos dos meus anos.
A fala justa... não pronuncio,
Porque guardo um fulgor
Que não se extingue na curva
Inglória de um silêncio
Amado em segredo...
Não há princípios sãos para quem se veste de reservas.
Não me deixe existir neste sentimento nu
Que n'alma exala um nós cativo ao desastre;
É que és paixão que acoita a árdua tensão dos
Sentidos torrentes.
Não me esqueça, por acaso, nesta dor
Pois...
Na hora suave em que o frio adormece,
Antes que se estendas em tuas dúvidas,
Retiram o espelho ante a mim...
hoje...
Tanto me observei neste vazio
Que vi um terço do que pertenço
Ser enterrado no inconsciente como indigente.
Nem sempre estamos em bons tons...
A vida é um voo sem asas.

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