domingo, 12 de setembro de 2021

ONDE A VERDADE RIMA - Lúcia Linhares

 

Tem gente que puxa corda,
Gente que puxa cordão,
Gente que puxa saco;
Gente assim, tem de montão!
Gente que puxa tapete,
Gente que briga,
Que "mete o pau",
Aquele que literalmente, fala mau.
Tem gente que se acha o (a) tal,
Gente que torce o nariz,
Gente que é infeliz,
Gente assim, que se diz, então!
Gente que fere e sorri,
Machucando um coração.
Gente que não aprende,
Que não tá nem ai,
Que prefere assim,
Aquele que faz desistir.
Tem gente que suga a energia,
Gente que finge amizade,
Mas que é sonsa e tem maldade,
Gente que mina, mingua e esvazia,
Tem gente que é tão sombria,
Que faz da noite melancolia,
E do dia pura agonia,
Gente que não sabe viver,
Gente que não crê,
Gente cheia de mania;
Aquele que mesmo vivo,
Não sabe o valor do suspiro.
Eu poderia ficar,
Toda vida a prosear,
Que não me cansaria...
Gosto de rima no olhar,
A verdade sai de lá,
Onde a alma não se esconde...
Eu que rabisco a passagem,
Eu que enfeito e desenho,
Onde puxo para mim,
Tudo que me faz sorrir.
E dou tudo que tenho,
É assim que aprendi.
Só deixo me puxar,
O que for pra libertar,
Onde amor e alegria,
Tenha primeiro lugar.
Tem gente que puxa, estica e solta,
Para a gente estrebuchar,
E diz que é da vida,
Para então nos enganar,
Aqueles que são duas caras,
Esperam a gente vacilar.
Eu prefiro soltar gaivotas,
Entre portos, pontos e vistas tortas,
Não me importa!
Abram as comportas!
Se for escolher entre uns tantos,
Contanto que o conto preserve,
Deixo-me...
Deixo-me puxar...
Para frente, para cima,
Onde a verdade rima,
Se for leve e alegre,
Então me leve.

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