Retornando de um encontro com Dylan Thomas,
não percebi a chuva nem o vento que batiam
em todas as formas da cidade cinza.
Recordei suas palavras sobre a gênese das pirâmides,
as elucubrações sobre seu próprio corpo
e a sina dos que se drogam e se embriagam.
Mais tarde, trabalhando num computador,
mergulhei sobre a gênese das palavras,
o pensamento envolto em bruma, indecifrado.
Estamos num trajeto onde a chuva
obscurece o rumo e o vento é um chicote
a nos trazer de volta os elementos.
Recuso imaginar que tais caminhos
são caminhos sem retorno e sem saída.
Procuro em meu redor e mais além:
Velhas estradas, becos e atalhos
esquecidos e nunca imaginados
trazendo consigo assombrações.
Medos antigos tantas vezes visitados,
tantas vezes também compreendidos,
só compreendidos, nunca decifrados.
Estivemos tantas vezes juntos, eu e Dylan,
tantas vezes bêbados, incapazes,
tantas vezes assim emudecidos.
Pois mudos nos fizemos: era duro
falar sobre as coisas insensatas
tão próximas de nós constituídas.
Tantas vezes nos fizemos loucos
apenas para ver onde chegavam
a loucura, sua marca e fantasia.
O que vimos e fizemos, os cegos
nos diziam com seus cantos
que era impossível de compreender.
Eram cantos fanhosos, irritantes,
sobre fatos que os videntes
jamais teriam visto acontecer.
Nesta saga para nós tão suja,
tão confusa em nossas mentes,
tão cheia de percalços rudes.
Nesta saga de infâmia e de pobreza,
de miséria, engano e ódio,
de doença e de morte procurada.
Foi nesta saga que encontramos
o que nunca haveríamos de entender
sob manto de forma pressentida.
Neste enigma tão claro, silente
e calmo, sem filosofia, ausente
de qualquer sentido assimilado.
Desconhecemos tudo e tanta coisa
existe em petição de se saber
se vale a pena, simplesmente, ver.
Dylan mostrou-me algumas casas
de ópio. O silencio e o fumo
desenhavam suas formas na parede.
Ali nos assentamos e choramos
o pranto calmo dos desiludidos
em meio a fumaça, incenso, nostalgia.
Não percebemos a chuva que batia
nas paredes da cidade cinza.
Eu e Dylan, ambos tontos, em agonia.
E nos embriagamos. bêbados nos vimos
tão próximos da dor e dela alimentando
os cães e os passarinhos.
Nunca imaginamos, nós, embriagados,
a alma imunda e dolorida,
que tanto nos iludiríamos.
Estivemos cuspindo todo o tempo
nas águas sujas de um rio
em que iríamos mergulhar.
Com tanta espera, enfim, nos dedicamos
a tecer o rumo das estradas
e imaginar a direção dos ventos.
não percebi a chuva nem o vento que batiam
em todas as formas da cidade cinza.
Recordei suas palavras sobre a gênese das pirâmides,
as elucubrações sobre seu próprio corpo
e a sina dos que se drogam e se embriagam.
Mais tarde, trabalhando num computador,
mergulhei sobre a gênese das palavras,
o pensamento envolto em bruma, indecifrado.
Estamos num trajeto onde a chuva
obscurece o rumo e o vento é um chicote
a nos trazer de volta os elementos.
Recuso imaginar que tais caminhos
são caminhos sem retorno e sem saída.
Procuro em meu redor e mais além:
Velhas estradas, becos e atalhos
esquecidos e nunca imaginados
trazendo consigo assombrações.
Medos antigos tantas vezes visitados,
tantas vezes também compreendidos,
só compreendidos, nunca decifrados.
Estivemos tantas vezes juntos, eu e Dylan,
tantas vezes bêbados, incapazes,
tantas vezes assim emudecidos.
Pois mudos nos fizemos: era duro
falar sobre as coisas insensatas
tão próximas de nós constituídas.
Tantas vezes nos fizemos loucos
apenas para ver onde chegavam
a loucura, sua marca e fantasia.
O que vimos e fizemos, os cegos
nos diziam com seus cantos
que era impossível de compreender.
Eram cantos fanhosos, irritantes,
sobre fatos que os videntes
jamais teriam visto acontecer.
Nesta saga para nós tão suja,
tão confusa em nossas mentes,
tão cheia de percalços rudes.
Nesta saga de infâmia e de pobreza,
de miséria, engano e ódio,
de doença e de morte procurada.
Foi nesta saga que encontramos
o que nunca haveríamos de entender
sob manto de forma pressentida.
Neste enigma tão claro, silente
e calmo, sem filosofia, ausente
de qualquer sentido assimilado.
Desconhecemos tudo e tanta coisa
existe em petição de se saber
se vale a pena, simplesmente, ver.
Dylan mostrou-me algumas casas
de ópio. O silencio e o fumo
desenhavam suas formas na parede.
Ali nos assentamos e choramos
o pranto calmo dos desiludidos
em meio a fumaça, incenso, nostalgia.
Não percebemos a chuva que batia
nas paredes da cidade cinza.
Eu e Dylan, ambos tontos, em agonia.
E nos embriagamos. bêbados nos vimos
tão próximos da dor e dela alimentando
os cães e os passarinhos.
Nunca imaginamos, nós, embriagados,
a alma imunda e dolorida,
que tanto nos iludiríamos.
Estivemos cuspindo todo o tempo
nas águas sujas de um rio
em que iríamos mergulhar.
Com tanta espera, enfim, nos dedicamos
a tecer o rumo das estradas
e imaginar a direção dos ventos.
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