sexta-feira, 11 de março de 2022

TRÊS POEMAS de Jandira Zanchi

 

SINAS

quase infinito
o pequeno aleatório – rústico e ralo –
formato do instante
arqueado de algum ínfimo – dizem extenso e perfurado –
horizonte de sonhos soníferos & serafins

& estáticos & esticados até quase um porvir

decaídos na névoa fresca de um voo rasante
estremecido de céu e mar
e vento e ar e aéreo o servo e o símbolo
as cento e dez milhas

estremeço, ainda em terra, sulcos & sinas & senões

vadias as formas encrespadas de uns ventos….
....................
SISOS

...quase todos os instantes do dia
ocupados em desfazer as pistas

das grandes vertigens
dos alpendres de muitas fases
dos minúsculos pormenores dialogados
enfrentados na tábua rasa dessa empáfia
oscilante e deslizante

comemorada em sisos e risos
eloquentes
disparados ao sol e ao sul - de mim..
.....................
REDENÇÕES

razoáveis distâncias
ferem-me os olhos
avançadas nas sombras
suínas e
dóceis
codificadas na mortífera
sina cenáculo de azul
poroso de paraísos
patíbulos puídos temerosos
do poente - vai vem desses tempos -

como o vento balouçamos em aragens e/ou piragens
universais no universo prana ou convexo
- côncavos para os desafetos -
desfeitos em partículas
ardidos de medos e desejos
e... quase, estreitando silêncios e redenções.

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