A FLOR DO TEU SEXO
Abaixo do teu umbigo
tem uma flor apressada
que germina
com a rapidez da paixão
e cresce rija
ao menor toque
da minha mão.
Abaixo do teu umbigo
tem um hibisco
formoso e rubro
que dura pouco
mas que é tão intenso
em seu esplendor
que sempre me semeia
a cada floração
com as gotas do teu amor.
.....................
APENAS UM POEMA
Enquanto a noite em mim cavava
crateras nos olhos submersos,
nenhuma vã gota rolava
nas linhas do dia que eu meço.
Na cama do tempo, eu deitada,
em dúbias linguagens, tu imerso;
sou fera, que em mudez urrava,
és poeta, nas rimas disperso.
Pois amo-te assim, como amava,
por este amor-luz me entregava.
Embora esquecendo o que peço,
Tu fazes amor com as palavras,
te deitas com as letras molhadas,
enquanto te enxugo, eu, teu verso.
........................
ABSTRATA
Na mente
é onde escolho a loucura
do dia,
do verbo,
da vez.
Traço apagado na tela,
natureza adormecida,
água-viva,
medusa,
menina.
Escrevo poema para poucos
(números abstratos)
e sonho
com a rua,
a roupa,
a rede.
Peixe que sou
alada,
calada,
encapada
(pálida escama),
meu destino é mar,
poema de areia,
pó de pedra,
alga e capim.
Mundana,
meu sentimento urbano
é imundo.
Eu sou assim:
abstrata, vazia, mal escrita,
como um rascunho
de mim.
Abaixo do teu umbigo
tem uma flor apressada
que germina
com a rapidez da paixão
e cresce rija
ao menor toque
da minha mão.
Abaixo do teu umbigo
tem um hibisco
formoso e rubro
que dura pouco
mas que é tão intenso
em seu esplendor
que sempre me semeia
a cada floração
com as gotas do teu amor.
.....................
APENAS UM POEMA
Enquanto a noite em mim cavava
crateras nos olhos submersos,
nenhuma vã gota rolava
nas linhas do dia que eu meço.
Na cama do tempo, eu deitada,
em dúbias linguagens, tu imerso;
sou fera, que em mudez urrava,
és poeta, nas rimas disperso.
Pois amo-te assim, como amava,
por este amor-luz me entregava.
Embora esquecendo o que peço,
Tu fazes amor com as palavras,
te deitas com as letras molhadas,
enquanto te enxugo, eu, teu verso.
........................
ABSTRATA
Na mente
é onde escolho a loucura
do dia,
do verbo,
da vez.
Traço apagado na tela,
natureza adormecida,
água-viva,
medusa,
menina.
Escrevo poema para poucos
(números abstratos)
e sonho
com a rua,
a roupa,
a rede.
Peixe que sou
alada,
calada,
encapada
(pálida escama),
meu destino é mar,
poema de areia,
pó de pedra,
alga e capim.
Mundana,
meu sentimento urbano
é imundo.
Eu sou assim:
abstrata, vazia, mal escrita,
como um rascunho
de mim.
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