PASSAGEM DE SOM
Ouvi um estalo dilacerado
de fome de vida,
enquanto o céu reluzia
imenso sobre a minha cabeça.
O tempo, foi o tempo
que mapeou o meu corpo
agora.
Como um laço guardado no peito,
Como uma foto amarelada,
na bancada
da padaria onde tomei um café
antes de atravessar a rua,
onde as árvores ao fundo
sussurravam em meus ouvidos:
tudo aconteceria de novo
pela última vez.
...........................
PALCO
Se algum dia a vida desdobrar meu nome
aos campos do mais profundo prado
me lembrarei em vão daquele negro pássaro
escondido e tão à vontade
assobiando em meu ninho de espumas
suas meias inteiras verdades.
E eu só serei uma mulher que tinha
pele, útero, garganta, uma guitarra vazia,
lábios beijando serpentes
atadas aos dedos e ao sopro das asas
por espadas manchadas.
Se algum dia os sinos tocarem meu nome
nos campanários vazios da floresta inundada
eu serei então como tortas ruínas
meu corpo em plumas de gaiolas frias
à força do brilho do velho chapéu
de dor que não me caberá.
Ouvi um estalo dilacerado
de fome de vida,
enquanto o céu reluzia
imenso sobre a minha cabeça.
O tempo, foi o tempo
que mapeou o meu corpo
agora.
Como um laço guardado no peito,
Como uma foto amarelada,
na bancada
da padaria onde tomei um café
antes de atravessar a rua,
onde as árvores ao fundo
sussurravam em meus ouvidos:
tudo aconteceria de novo
pela última vez.
...........................
PALCO
Se algum dia a vida desdobrar meu nome
aos campos do mais profundo prado
me lembrarei em vão daquele negro pássaro
escondido e tão à vontade
assobiando em meu ninho de espumas
suas meias inteiras verdades.
E eu só serei uma mulher que tinha
pele, útero, garganta, uma guitarra vazia,
lábios beijando serpentes
atadas aos dedos e ao sopro das asas
por espadas manchadas.
Se algum dia os sinos tocarem meu nome
nos campanários vazios da floresta inundada
eu serei então como tortas ruínas
meu corpo em plumas de gaiolas frias
à força do brilho do velho chapéu
de dor que não me caberá.
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