POEMAS de Mônica Leite

 

O QUE POSSO OFERECER-TE EU?

Se não possuo o amor ingênuo das moças
Não tenho a juventude que desfrutas
Guardo a partida de viagens que não fizeste
O calor das noites que não viveste.

Eu que já experimentei da vida, os dissabores
Já provei a desventura de amargos amores
O que posso oferecer-te eu?
Além de noites febris de risos largos.

Afoguei-me na tua ternura
Eu, subitamente enlouquecida por ti
Posso oferecer-te o agora.
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DESPERTA!

Levo a tristeza de quem espera
A desesperança de quem confia
O olhar de submissão

No meio da jornada, a pedra drummondiana
Fez em mim transformação

Trago a liberdade de quem faz
A esperança de quem luta
A independência de quem decide

No meio da jornada, a pedra drummondiana
Lembrou-me que sou mulher

Viva o Sagrado Feminino!
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(A)TEMPORAL

Vejo o tempo e passa
Depressa devagar e não para
O incalculável momento do encontro
Aproveitá-lo por centésimo e não desperdiçá-lo

É o meu desejo maior: ter tempo ao teu lado
O nosso maior tesouro, o tempo
É o que tínhamos, e tu tiraste de mim
Levou-o

E te amando como sempre amei
Não pude negar esse pedido e dei
Foi um presente precioso
Atemporal

Nosso tempo
Vejo o tempo e passa
Depressa devagar e não para
Agora contemplo o nada

Sozinha.