ELEGIA
O teu corpo,
uma vez o meu altar e pecado,
O teu corpo
agora amarelo e viscoso,
hostil como a freira enclausurada,
é uma forma obscena ao sol.
Tu estás morta –
tu, o meu pão e vinho santo!
Tu foste
a minha dor,
o sol
e a chuva;
Tu foste
saudade,
tudo
e desejo,
quando nós
sofrendo,
quando nós
encontramos
uma nova luz
uma nova fé!
Tu estás morta –
tu, o meu pão e vinho santo.
......................
TEMPO HABITUAL
De nojo, o tempo, o nosso,
A perfídia estrumando
No presumir da carícia branda e sorriso
De todos.
De raiva o tempo, o nosso,
Céu, mar e terra abrasando
Em clamor de labareda e navalha afiada
E sangue.
De pavor o tempo, o nosso,
A primavera assombrando.
Exílio de ventres a fecundar e tudo o mais
Que a faz.
De amor o tempo, o nosso,
Onde uma voz espalhando
A boa nova do pântano fétido da noite
Imposta?
De nojo, de raiva, de pavor,
O tempo transido
Do nosso viver dia a dia!
Mas não de amor...
.....................
ANTES DA METRALHA...
Antes da metralha e do dedo da morte...
Antes dum corpo jovem, anônimo,
apodrecer, esquecido, à chuva...
Ou singra, boiando nas águas mansas...
Ou se despedaçar contra o céu indiferente...
Antes do pavor e do pranto e da prece...
Um adeus longo e triste
aos poemas amontoados no fundo da gaveta
e à renúncia ao teu amor brando
e às noites calmas e ao sonho inacabado...
Antes da morte sem mistério...
Um adeus longo e triste
à luta de que não se partilhou!
O teu corpo,
uma vez o meu altar e pecado,
O teu corpo
agora amarelo e viscoso,
hostil como a freira enclausurada,
é uma forma obscena ao sol.
Tu estás morta –
tu, o meu pão e vinho santo!
Tu foste
a minha dor,
o sol
e a chuva;
Tu foste
saudade,
tudo
e desejo,
quando nós
sofrendo,
quando nós
encontramos
uma nova luz
uma nova fé!
Tu estás morta –
tu, o meu pão e vinho santo.
......................
TEMPO HABITUAL
De nojo, o tempo, o nosso,
A perfídia estrumando
No presumir da carícia branda e sorriso
De todos.
De raiva o tempo, o nosso,
Céu, mar e terra abrasando
Em clamor de labareda e navalha afiada
E sangue.
De pavor o tempo, o nosso,
A primavera assombrando.
Exílio de ventres a fecundar e tudo o mais
Que a faz.
De amor o tempo, o nosso,
Onde uma voz espalhando
A boa nova do pântano fétido da noite
Imposta?
De nojo, de raiva, de pavor,
O tempo transido
Do nosso viver dia a dia!
Mas não de amor...
.....................
ANTES DA METRALHA...
Antes da metralha e do dedo da morte...
Antes dum corpo jovem, anônimo,
apodrecer, esquecido, à chuva...
Ou singra, boiando nas águas mansas...
Ou se despedaçar contra o céu indiferente...
Antes do pavor e do pranto e da prece...
Um adeus longo e triste
aos poemas amontoados no fundo da gaveta
e à renúncia ao teu amor brando
e às noites calmas e ao sonho inacabado...
Antes da morte sem mistério...
Um adeus longo e triste
à luta de que não se partilhou!
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