segunda-feira, 18 de abril de 2022

NA PISCINA – Gilberto Avelino

 

 Aquém do mar,  
a piscina 
de águas azuis.

 As sombras,  
os ventos,  
as mesas,  
brancas,

 circulando 
a piscina.

 A suavidade 
da água de cocos. 
Ou o doce e fino 
sabor 
da água das fontes,

 após 
comer-se 
a leve gordura dos cascos,  
a clara carne 
das patas 
dos vermelhos 
caranguejos cozidos.

 Ainda,  
a carne seca,  
assada nas brasas,  
flamejando.

 Em copos de cristal,  
a tênue espuma 
do vinho 
branco 
ou tinto,

 com verdes-azeitonas 
boiando.

 Enterneciam a manhã 
os blues 
de Louis Armstrong.

 Aquém do mar,  
a piscina 
de águas azuis.

 De repente 
vinhas,  
a davas ao corpo 
a carícia das águas.

 Com o exíguo vestir,  
em relevo expunhas 
ao sol

 o viço 
da inapagável beleza 
do teu corpo.

 E do olhar 
nasciam-me 
salsas enlaçantes.

 Não te esqueças,  
portanto,  
girassol de dezembro,

 de que sempre volto 
a ver 
o azul dessas águas.

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