OFERENDA DIVINA
Deixa-nos ser só um esboço.
Tu, velha lenda dos mares antigos
Eu, um conto esquecido e por ler;
Agora sinto só vergonha.
Afinal nunca fizemos por merecer
O amor que os Deuses em concílio
Nos resolveram oferecer.
.......
PRENÚNCIO
Quando olhamos um para o outro
Numa união orquestrada pelo acaso
Vi-me num vestido branco simples e modesto,
Vi noites de paixão e o inevitável caixão,
Vi isto tudo e o resto.
Vi o mundo, tu a dares-me a mão
Como prenúncio de uma transformação.
Quando te vejo quero dizer tudo ao mesmo tempo
Mas não consigo verbalizar quando sinto desejo.
Só os meus anjos da guarda sabem o quanto te quero
Riem-se de mim quando estamos juntos
Eles sabem que o gato me comeu a língua.
E que nós somos como um nó que não ata nem desata.
E que eu só quero um beijo.
O contorno da sardinha que tens no braço
Tenho eu em forma de porta-chaves;
Levo o peixe comigo todos os dias
Desde que o comprei na subida para o castelo,
Quando fiquei na casa da rua com o nome da tua mãe.
Há seis anos o teu nome ainda não me dizia nada.
Vi a tua mãe;
Queria-lhe dar os parabéns
Por te ter feito tão bem.
Agora sei que também ela
Foi uma musa para alguém.
.......
AU CLAIR DE LA LUNE
Debussy elogiou a luz que emana de ti
Como um amante que passa contigo todas as noites
E te conhece todas as fases, te dedica todas as frases,
Numa ode ao amor poético.
Mas eu sempre te admirei lá de longe
Fixa, a iluminar o que tão bem se esconde
Na escuridão.
E quando penso no que fazes por mim
Sei que o meu apreço sobressairia
Mais facilmente pelo caráter funcional
De quem não deseja chamar a atenção
Com demonstrações de afeto
Consideradas fora do banal.
Entre nós temos a distância inevitável
À qual se adiciona aquela que queremos dar.
Um dia construo uma ponte
Deixa-nos ser só um esboço.
Tu, velha lenda dos mares antigos
Eu, um conto esquecido e por ler;
Agora sinto só vergonha.
Afinal nunca fizemos por merecer
O amor que os Deuses em concílio
Nos resolveram oferecer.
.......
PRENÚNCIO
Quando olhamos um para o outro
Numa união orquestrada pelo acaso
Vi-me num vestido branco simples e modesto,
Vi noites de paixão e o inevitável caixão,
Vi isto tudo e o resto.
Vi o mundo, tu a dares-me a mão
Como prenúncio de uma transformação.
Quando te vejo quero dizer tudo ao mesmo tempo
Mas não consigo verbalizar quando sinto desejo.
Só os meus anjos da guarda sabem o quanto te quero
Riem-se de mim quando estamos juntos
Eles sabem que o gato me comeu a língua.
E que nós somos como um nó que não ata nem desata.
E que eu só quero um beijo.
O contorno da sardinha que tens no braço
Tenho eu em forma de porta-chaves;
Levo o peixe comigo todos os dias
Desde que o comprei na subida para o castelo,
Quando fiquei na casa da rua com o nome da tua mãe.
Há seis anos o teu nome ainda não me dizia nada.
Vi a tua mãe;
Queria-lhe dar os parabéns
Por te ter feito tão bem.
Agora sei que também ela
Foi uma musa para alguém.
.......
AU CLAIR DE LA LUNE
Debussy elogiou a luz que emana de ti
Como um amante que passa contigo todas as noites
E te conhece todas as fases, te dedica todas as frases,
Numa ode ao amor poético.
Mas eu sempre te admirei lá de longe
Fixa, a iluminar o que tão bem se esconde
Na escuridão.
E quando penso no que fazes por mim
Sei que o meu apreço sobressairia
Mais facilmente pelo caráter funcional
De quem não deseja chamar a atenção
Com demonstrações de afeto
Consideradas fora do banal.
Entre nós temos a distância inevitável
À qual se adiciona aquela que queremos dar.
Um dia construo uma ponte
Para ir e voltar.
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