AQUELES NOTURNOS SINOS
Tradução de Cunha e Silva Filho
........
Ah, noturnos sinos! Noturnos sinos!
Quantas histórias sua música narram,
Da juventude, do lar, daquele doce tempo,
Quando, pela última vez, suas ternas melodias ouvi .
Já se foram aquelas horas jubilosas,
E muitos corações que, então, alegres eram,
Agora profundamente dormem dentro do túmulo.
E, assim, há de ser quando me for.
Harmoniosos, continuarão ainda repicando aqueles sinos
Enquanto outros bardos pelas ravinas hão de andar
Vosso louvores entoando, vossos doces noturnos sinos.
.......
EM VENEZA
Traduções de Ary de Mesquita
.....
Das ÁRIAS NACIONAIS
Cuidado, devagar, silêncio, gondoleiro,
Não queiras me acordar o quarteirão inteiro,
Além do calmo olhar mirífico da estrela,
Nenhum olhar sequer não deve agora vê-la.
Esta aventura, eu sei, é muito perigosa,
Porém fugir do espinho é não querer a rosa.
Agora espera aqui, fingindo sentinela,
Enquanto eu vou subir nas grades da janela;
E ao passo que me vês, às luzes do luar,
Para o tempo correr distrai-te a meditar
Que o homem pelo céu se aventurasse quanto
O faz pela mulher se tornaria um santo.
.......
DOS "POEMAS JUVENIS"
Como aquele que confiado
Em sereno céu de estio
O seu barco pôs no mar,
É o louco do apaixonado
Que levado do amavio
Dos teus olhos quis te amar.
O mar é sempre inconstante,
Inconstante como os ventos,
E os barcos naufragarão. . .
E tu que, no mesmo instante,
Permutas mil sentimentos,
Tu feres um coração.
.......
À JÚLIA CHORANDO
Dos POEMAS JUVENIS
Se alguma dor te atormenta,
E por isso choras tanto,
Vem a mim, experimenta,
Eu farei cessar teu pranto.
Mas se choras mesmo quando
Risonha a vida te apraz...
És tão bela assim chorando...
Pedirei que chores mais.
.......
DAS "ÁRIAS NACIONAIS"
Vai rolando, meu ribeiro,
Vai rolando bem ligeiro,
Porém antes de no mar
As águas tuas depores,
Entrega a alguém estas flores,
Que sobre ti vou lançar.
E vai dizer-lhe também
A esse querido alguém,
Que, se algum dia for meu,
De nossa vida a corrente
Correrá tão docemente
Como a flor que em ti correu.
Porém se vires, amigo,
Que se moteja comigo,
As águas veloz volteia,
E atira as flores fagueiras
Nas fragosas cachoeiras,
Ou sobre as ribas, na areia.
E diz que serão lançados,
Seus encantos desbotados,
A mocidade perdida,
Como as flores que se espargem
Do riacho sobre a margem,
À margem triste da vida.
Tradução de Cunha e Silva Filho
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Ah, noturnos sinos! Noturnos sinos!
Quantas histórias sua música narram,
Da juventude, do lar, daquele doce tempo,
Quando, pela última vez, suas ternas melodias ouvi .
Já se foram aquelas horas jubilosas,
E muitos corações que, então, alegres eram,
Agora profundamente dormem dentro do túmulo.
E, assim, há de ser quando me for.
Harmoniosos, continuarão ainda repicando aqueles sinos
Enquanto outros bardos pelas ravinas hão de andar
Vosso louvores entoando, vossos doces noturnos sinos.
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EM VENEZA
Traduções de Ary de Mesquita
.....
Das ÁRIAS NACIONAIS
Cuidado, devagar, silêncio, gondoleiro,
Não queiras me acordar o quarteirão inteiro,
Além do calmo olhar mirífico da estrela,
Nenhum olhar sequer não deve agora vê-la.
Esta aventura, eu sei, é muito perigosa,
Porém fugir do espinho é não querer a rosa.
Agora espera aqui, fingindo sentinela,
Enquanto eu vou subir nas grades da janela;
E ao passo que me vês, às luzes do luar,
Para o tempo correr distrai-te a meditar
Que o homem pelo céu se aventurasse quanto
O faz pela mulher se tornaria um santo.
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DOS "POEMAS JUVENIS"
Como aquele que confiado
Em sereno céu de estio
O seu barco pôs no mar,
É o louco do apaixonado
Que levado do amavio
Dos teus olhos quis te amar.
O mar é sempre inconstante,
Inconstante como os ventos,
E os barcos naufragarão. . .
E tu que, no mesmo instante,
Permutas mil sentimentos,
Tu feres um coração.
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À JÚLIA CHORANDO
Dos POEMAS JUVENIS
Se alguma dor te atormenta,
E por isso choras tanto,
Vem a mim, experimenta,
Eu farei cessar teu pranto.
Mas se choras mesmo quando
Risonha a vida te apraz...
És tão bela assim chorando...
Pedirei que chores mais.
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DAS "ÁRIAS NACIONAIS"
Vai rolando, meu ribeiro,
Vai rolando bem ligeiro,
Porém antes de no mar
As águas tuas depores,
Entrega a alguém estas flores,
Que sobre ti vou lançar.
E vai dizer-lhe também
A esse querido alguém,
Que, se algum dia for meu,
De nossa vida a corrente
Correrá tão docemente
Como a flor que em ti correu.
Porém se vires, amigo,
Que se moteja comigo,
As águas veloz volteia,
E atira as flores fagueiras
Nas fragosas cachoeiras,
Ou sobre as ribas, na areia.
E diz que serão lançados,
Seus encantos desbotados,
A mocidade perdida,
Como as flores que se espargem
Do riacho sobre a margem,
À margem triste da vida.
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