Contida das águas que outrora
entregaram de volta a Afrodite
a virgindade perdida,
a brisa agora repousa nas casas,
nas igrejas de muralhas caiadas
de cal virgem.
A branquidão disputa a primazia
com o brilho do sol;
sol que espreita o céu azul
e matiza o mar plúmbeo;
disputam a posse da beleza
da Deusa do Amor.
Avistamos Citérea
um pouco antes das quatro,
o sol já se curvava.
Atracado o barco, os carros
ocupando a frente da plataforma
sairiam primeiro,
mas a gente esvaía-se,
atropelando-se e aos carros,
incomodando-se mutuamente.
O mar batia e alisava
as pedras com a escuma,
salpicando gotas salgadas,
peneirando-as numa poeira úmida
e temperada.
E a brancura contrastava
com os vultos pretos ambulantes
que traziam mulheres dentro de si.
A essas, as águas não ajudavam
com sua magia,
eram envelhecidas jovens
e não se acudiam a Zeus.
À terra sim, se acudiam, mutuamente.
Os mitos serviam aos escritos
e às esculturas,
ficaram tão distantes!
Mas a verdade estava ali;
terra dura e pedregosa
que as oliveiras e as uvas floriam.
E os vultos se fazem na inconsciente
obrigação de perpetuar-se em vida.
O mesmo sol que brilhara disputando
a primazia da beleza da Deusa,
castiga agora
as que não nasceram das escumas.
As fortes ondas tornam roliças as pedras
para que as escumas descansem.
Burilando as pedras,
o calcário areava as mãos de dedos longos,
finos para o anel de pérola e diamantes.
As veias altas personalizavam as mãos
que, no burilar, instigavam fantasias
ao que as via.
Na noite o mar ficara furioso.
Noite escura!
No bar - defronte se atracavam os barcos -
à luz das lamparinas
os homens tomavam vinho vermelho
e falavam... quem sabe, da pesca...
quem sabe, do porquê os barcos
não chegaram... ou talvez
entendessem por que as ondas levaram
o anel de pérola e diamantes
das mãos que burilavam as pedras roliças.
Talvez explicassem:
fora uma oferenda a Vênus.
E a brisa se refazendo sempre
no calafrio das águas.
entregaram de volta a Afrodite
a virgindade perdida,
a brisa agora repousa nas casas,
nas igrejas de muralhas caiadas
de cal virgem.
A branquidão disputa a primazia
com o brilho do sol;
sol que espreita o céu azul
e matiza o mar plúmbeo;
disputam a posse da beleza
da Deusa do Amor.
Avistamos Citérea
um pouco antes das quatro,
o sol já se curvava.
Atracado o barco, os carros
ocupando a frente da plataforma
sairiam primeiro,
mas a gente esvaía-se,
atropelando-se e aos carros,
incomodando-se mutuamente.
O mar batia e alisava
as pedras com a escuma,
salpicando gotas salgadas,
peneirando-as numa poeira úmida
e temperada.
E a brancura contrastava
com os vultos pretos ambulantes
que traziam mulheres dentro de si.
A essas, as águas não ajudavam
com sua magia,
eram envelhecidas jovens
e não se acudiam a Zeus.
À terra sim, se acudiam, mutuamente.
Os mitos serviam aos escritos
e às esculturas,
ficaram tão distantes!
Mas a verdade estava ali;
terra dura e pedregosa
que as oliveiras e as uvas floriam.
E os vultos se fazem na inconsciente
obrigação de perpetuar-se em vida.
O mesmo sol que brilhara disputando
a primazia da beleza da Deusa,
castiga agora
as que não nasceram das escumas.
As fortes ondas tornam roliças as pedras
para que as escumas descansem.
Burilando as pedras,
o calcário areava as mãos de dedos longos,
finos para o anel de pérola e diamantes.
As veias altas personalizavam as mãos
que, no burilar, instigavam fantasias
ao que as via.
Na noite o mar ficara furioso.
Noite escura!
No bar - defronte se atracavam os barcos -
à luz das lamparinas
os homens tomavam vinho vermelho
e falavam... quem sabe, da pesca...
quem sabe, do porquê os barcos
não chegaram... ou talvez
entendessem por que as ondas levaram
o anel de pérola e diamantes
das mãos que burilavam as pedras roliças.
Talvez explicassem:
fora uma oferenda a Vênus.
E a brisa se refazendo sempre
no calafrio das águas.
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