terça-feira, 31 de maio de 2022

A VOZ CONFEDERADA – Luciano Maia

 

A Jaci Bezerra, poeta confederado
.......
Vou soltar o meu canto conflagrado
e acender no meu pátio uma fogueira,
nos caminhos da Terra içar bandeira
com o emblema de um povo alevantado.
Em meu peito o brasão confederado
ainda brilha qual lábaro inconteste;
minha crença de uma aura se reveste
dando fé da coragem de Tristão,
que por mor do relembro é encarnação
da bravura do povo do Nordeste.

Não me iludo com vozes nem acenos
que do nosso caráter nada sabem;
para que essas falácias já se acabem
e que os nossos enganos sejam menos,
revivamos valores que são plenos
do que é nosso e devera que nos preste.
Arco-íris ao sol, lume celeste,
cruz no branco de praia desatada:
nossa voz será voz confederada
no adjunto do povo do Nordeste.

Entranhável país, presente rico
de passado onde o tempo une de longe
a canuta expressão do Velho Monge
à silhueta ancestral do Velho Chico.
Em seu canto e fulgor me fortifico
com seu mar, seu sertão, seu solo agreste;
de água e tempo se cose a sua veste
na garoa de prata em Garanhuns
e no ouro do sol dos Inhamuns
que colorem e nutrem meu Nordeste

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