IMAGEM
Mediadora elusiva
entre este mundo
e os ignotos reinos
atemporal me guia
ao remontar o tempo.
Se a imagino me vejo.
Se me miro está adentro.
Nas encruzilhadas de reflexos
suas formas se desvanecem
e ressurgem novas.
Mora na realidade
do mais exato devaneio.
É água e ar e fogo
que existe terrenal
nos absolutos do sonho.
Pálida Outra e centelha.
Um tanto de Iansã
Seshat que a escreve
Antígona no desejo.
.......
ADIVINHA
Uma tendência irrefreável à desagregação.
Elogio do detalhe.
Precisões erráticas.
Um sistema dúbio de fingimentos e equívocos.
Mãos do manuscrito ininteligível da alma.
Incandescência da pulsão formal.
Figura fulgurante.
Corpo do desejo inesgotável que ama a medida.
Epifania sensual.
Ordem simbólica na explosão dos sentidos.
Um atalho atemporal na sucessão do tempo.
Ato de fé que excede à crença.
Heresia transfigurada em Letra.
Encarnação do que não existe.
O espelho impassível das Cariátides.
A mirada de Medusa no escudo de Atena.
Asterião sem sexo desejante.
Uma quimera guardiã da porta.
A matriz da aranha mátria gigante.
Folha e cálamo incólumes na fogueira.
.......
ÁUREA
goza, goza el color, la luz, el oro. Luis de Góngora
Um cíclico deus que eterno nos persegue
incendiou o bosque com sua língua.
Ardem os coloridos troncos e as flores
feitas vendaval de matizados vermelhos.
As brancas águas fluem quietas
beirando a terceira margem do rio
até dar forma a uma senda luminosa
espelho limpo das chamas foscas.
Nesta visão dos primórdios do outono
se deixa ouvir um silêncio que crepita
e na turgescência natural do bosque
o vago passo do inverno na distância.
Chovem as leves folhas tornassóis
dos já tardios sóis esplendentes
neste ouro intemporal do tempo.
Apenas sei que gozo e estou viva.
Mediadora elusiva
entre este mundo
e os ignotos reinos
atemporal me guia
ao remontar o tempo.
Se a imagino me vejo.
Se me miro está adentro.
Nas encruzilhadas de reflexos
suas formas se desvanecem
e ressurgem novas.
Mora na realidade
do mais exato devaneio.
É água e ar e fogo
que existe terrenal
nos absolutos do sonho.
Pálida Outra e centelha.
Um tanto de Iansã
Seshat que a escreve
Antígona no desejo.
.......
ADIVINHA
Uma tendência irrefreável à desagregação.
Elogio do detalhe.
Precisões erráticas.
Um sistema dúbio de fingimentos e equívocos.
Mãos do manuscrito ininteligível da alma.
Incandescência da pulsão formal.
Figura fulgurante.
Corpo do desejo inesgotável que ama a medida.
Epifania sensual.
Ordem simbólica na explosão dos sentidos.
Um atalho atemporal na sucessão do tempo.
Ato de fé que excede à crença.
Heresia transfigurada em Letra.
Encarnação do que não existe.
O espelho impassível das Cariátides.
A mirada de Medusa no escudo de Atena.
Asterião sem sexo desejante.
Uma quimera guardiã da porta.
A matriz da aranha mátria gigante.
Folha e cálamo incólumes na fogueira.
.......
ÁUREA
goza, goza el color, la luz, el oro. Luis de Góngora
Um cíclico deus que eterno nos persegue
incendiou o bosque com sua língua.
Ardem os coloridos troncos e as flores
feitas vendaval de matizados vermelhos.
As brancas águas fluem quietas
beirando a terceira margem do rio
até dar forma a uma senda luminosa
espelho limpo das chamas foscas.
Nesta visão dos primórdios do outono
se deixa ouvir um silêncio que crepita
e na turgescência natural do bosque
o vago passo do inverno na distância.
Chovem as leves folhas tornassóis
dos já tardios sóis esplendentes
neste ouro intemporal do tempo.
Apenas sei que gozo e estou viva.
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