DESVARIO
Noites em claro
Dias no escuro,
Antecedendo
As chuvas de março
As moiras
Tecem o destino sorrateiro.
De mansinho,
Imediato e forasteiro
O vento oscilando,
Ancoradouro de uma
Tempestade,
Pressente e adivinha
Através das linhas
Do meu corpo,
Que o sal
Dos meus olhos
A terra há de comer.
.......
INCORPÓREA
Incorpóreas somos espectros
Uma das outras,
Tomando lugar no corpo
De mulheres que mantinham
O olhar cabisbaixo,
Para fazer nascer mulheres
Que se recusarão a olhar para baixo.
O anjo do lar ousou seduzir
Envolto em aromas e beijos
Trazendo lampejos irreais.
E das nossas mães e avós
Carregávamos uma linhagem
De mulheres que apenas poderiam
Ter sido.
E como presságio do destino
O nome do pai de seus filhos
Não constava no registro,
Incorpórea vida invisível.
.......
VOZ ALTA
Em todos os movimentos
Em todos os silêncios
Vou buscando em teus cabelos
As respostas para as coisas
Que me acontecem
Enquanto vou tropeçando
Ao redor dos dias
Vou percebendo que planejo,
Planejo um mestrado.
E vivo assim alugando um apartamento
Sem perceber que alugo também
Afetos estrangeiros
Alugo os ratos e as baratas,
O som dos vizinhos e o tilintar das taças.
Alugo os territórios em volta,
E o cachorrinho da vizinha
Do apartamento oitenta e três.
E nada mais direi amor,
Sobre os beijos do vento quando tocam
Meu rosto, meio assim de lado.
E restam apenas percepções visuais
Em meio a ruas pandêmicas
De uma paisagem extinta, enquanto leio
Seu destino em voz alta.
Noites em claro
Dias no escuro,
Antecedendo
As chuvas de março
As moiras
Tecem o destino sorrateiro.
De mansinho,
Imediato e forasteiro
O vento oscilando,
Ancoradouro de uma
Tempestade,
Pressente e adivinha
Através das linhas
Do meu corpo,
Que o sal
Dos meus olhos
A terra há de comer.
.......
INCORPÓREA
Incorpóreas somos espectros
Uma das outras,
Tomando lugar no corpo
De mulheres que mantinham
O olhar cabisbaixo,
Para fazer nascer mulheres
Que se recusarão a olhar para baixo.
O anjo do lar ousou seduzir
Envolto em aromas e beijos
Trazendo lampejos irreais.
E das nossas mães e avós
Carregávamos uma linhagem
De mulheres que apenas poderiam
Ter sido.
E como presságio do destino
O nome do pai de seus filhos
Não constava no registro,
Incorpórea vida invisível.
.......
VOZ ALTA
Em todos os movimentos
Em todos os silêncios
Vou buscando em teus cabelos
As respostas para as coisas
Que me acontecem
Enquanto vou tropeçando
Ao redor dos dias
Vou percebendo que planejo,
Planejo um mestrado.
E vivo assim alugando um apartamento
Sem perceber que alugo também
Afetos estrangeiros
Alugo os ratos e as baratas,
O som dos vizinhos e o tilintar das taças.
Alugo os territórios em volta,
E o cachorrinho da vizinha
Do apartamento oitenta e três.
E nada mais direi amor,
Sobre os beijos do vento quando tocam
Meu rosto, meio assim de lado.
E restam apenas percepções visuais
Em meio a ruas pandêmicas
De uma paisagem extinta, enquanto leio
Seu destino em voz alta.
Nenhum comentário:
Postar um comentário