MAR
cola a tua boca
no mar que sou
o sal e as ondas
derramadas.
ouves o marulhar
na respiração ritmada
que cresce
e desliza na praia?
às vezes é tudo tão azul
que ofusca
...................
ANOITECER
Anoitece de todas as maneiras,
a escuridão imiscuída entre as ruas
é um silêncio de ausências e omissões.
Caem as casas na cidade desolada,
caem os pensamentos,
feito espinhos,
e os homens recolhem-se à melancolia,
à melancolia áspera das coisas.
Não há redenção no amor
quando a pele a descolar dos ossos
é um vento as invadir cada minuto.
.......................
ERMA
É erma a noite
sangra pela tua ausência.
Incisão oblíqua
desfiando dor e desejo.
A um só tempo
réquiem e blues.
...............
IMAGINA
imagina homens que caem como coisas
a descrever um caminho estranho,
um trajeto helicoidal
- a repetir atos não exatamente iguais -
que apenas encobre a reta inadiável.
imagina a terra que os recebe todos,
a receber as coisas, os homens,
silenciosamente.
e devolver-nos natureza, esplendor,
na sua geografia inexata,
mas eficiente.
um sem-fim de vozes.
..................
NAUFRÁGIO
naufraguei nas tuas costas
ó país dos desalentos.
perdi-me nas tuas águas
a tempestade a varrer-me
o corpo em ascendido movimento
soube assim da crueldade dos gestos
da inutilidade das palavras
.....................
NO ESCURO
a noite é uma sucessão de horas no escuro.
não importa, nada importa.
mais uma vodka,
uma garrafa de bom vinho,
uma carreira branca,
mais uma canção a ser cantada
com a garganta trêmula
do sentimento que acossa.
o blues magistral fatia a noite.
é tarde,
esgotam-se as horas,
a mão se inquieta,
crônicas, as palavras se deitam
sobre o bloco
apanhado ao acaso.
O corpo se ressente de ausências
e cai
nos velhos braços jovens da noite.
risos e mais um dança
antes do amanhecer
sobre lençóis suspeitos.
é a vida, diria depois,
condescendamos.
cola a tua boca
no mar que sou
o sal e as ondas
derramadas.
ouves o marulhar
na respiração ritmada
que cresce
e desliza na praia?
às vezes é tudo tão azul
que ofusca
...................
ANOITECER
Anoitece de todas as maneiras,
a escuridão imiscuída entre as ruas
é um silêncio de ausências e omissões.
Caem as casas na cidade desolada,
caem os pensamentos,
feito espinhos,
e os homens recolhem-se à melancolia,
à melancolia áspera das coisas.
Não há redenção no amor
quando a pele a descolar dos ossos
é um vento as invadir cada minuto.
.......................
ERMA
É erma a noite
sangra pela tua ausência.
Incisão oblíqua
desfiando dor e desejo.
A um só tempo
réquiem e blues.
...............
IMAGINA
imagina homens que caem como coisas
a descrever um caminho estranho,
um trajeto helicoidal
- a repetir atos não exatamente iguais -
que apenas encobre a reta inadiável.
imagina a terra que os recebe todos,
a receber as coisas, os homens,
silenciosamente.
e devolver-nos natureza, esplendor,
na sua geografia inexata,
mas eficiente.
um sem-fim de vozes.
..................
NAUFRÁGIO
naufraguei nas tuas costas
ó país dos desalentos.
perdi-me nas tuas águas
a tempestade a varrer-me
o corpo em ascendido movimento
soube assim da crueldade dos gestos
da inutilidade das palavras
.....................
NO ESCURO
a noite é uma sucessão de horas no escuro.
não importa, nada importa.
mais uma vodka,
uma garrafa de bom vinho,
uma carreira branca,
mais uma canção a ser cantada
com a garganta trêmula
do sentimento que acossa.
o blues magistral fatia a noite.
é tarde,
esgotam-se as horas,
a mão se inquieta,
crônicas, as palavras se deitam
sobre o bloco
apanhado ao acaso.
O corpo se ressente de ausências
e cai
nos velhos braços jovens da noite.
risos e mais um dança
antes do amanhecer
sobre lençóis suspeitos.
é a vida, diria depois,
condescendamos.
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