sexta-feira, 12 de novembro de 2021

DESERTO - Onildo Sitônio

 

Nunca mais eu escrevi um bom poema,
no jejum literário em que me deparo.
Tampouco identifiquei esse problema,
já que a arte de versejar é ato raro.
Isso, por via das dúvidas, é bem chato!
Para não dizer a tal palavra errada...
E, no processo, desenvolvendo hiato,
ter, por um momento, a frase acabada!
Não sei, nessa concepção, do que se trata.
Eu, que tenho sempre em mente, uma meta,
não pude desvencilhar dessa bravata.
Será que, agora, eu desvirei poeta?
Ou me tornei novo escravo do sistema?
É cruel um escritor sem escrever
nem um verso de um pequeno poema...
É falta de inspiração para viver!
Oh, Deus! E o meu poemático sofrer?
Vou ver uma maneira de ressuscitar
o meu tão sofrido e apequenado ser.
Para, algum dia, poder me acostumar.
Mas, não é simples imposição moral,
uma lubrificada em meu sensível ego...
Talvez, indisposição racional.
Uma leve contrapartida. Não nego!
Quem sabe, só breve embriaguez formal!
Vem logo, INSPIRAÇÃO, nunca me constranja,
não me faça, com ausência emocional,
uma curta e cerebral peleja. Arranja,
logo, clara brecha em meu inconsciente.
Me desvia e livra dessa insensata
abominação. É uma premissa urgente!
Forte ! Destemida! Em hora bem exata!

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