segunda-feira, 15 de novembro de 2021

DOIS POEMAS - Waldir Pedrosa de Amorim

 

APRENDIZADO

Tempo atado,
mundos muitos,
multidão.
Nó no vácuo.
Tempo sozinho.
Réstia
em tempos tantos.
Compilação sintonizada.
Tempo mudo, ouvinte, vidente,
táctil,
olfativo tempo.

Incursão de quem lambisca
o tempo onipresente,
ou belisca a onisciência.

Tempo competente
que expurga:
arrogância, preconceito,
vaidade...

Erige entendimento.
Sustém o incerto devenir.
.....................
TEMPOS MODERNOS

Homem deste tempo,
sucumbi.
Agônico,
antipatizo metas,
prospecções, planos, cartas de navegação.

Aculturei-me.
Assimilei a lentidão e cadência
dos deliciosos mistérios,
desvencilhei-me da apressada agonia.

Erigi um tempo sem urgência,
que me metamorfoseia
em metrônomo
de um movimento pausado,
lento, vagaroso,
síncrono com o regato,
a fonte,
o tempo do desfolhar, do germinar, do fenecer...

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