ILUSÃO DE INVERNO
Sonho o inverno. - Eis o inverno! eis a chuva que chega!
E a terra eis como um ser que ressuscita! O orgulho
Da vida corre após do carvalho ao tortulho,
O aguaceiro de abril vales e campos rega.
E a flor! E o fruto! E o aroma! - Aves, no doce arrulho
- Um Desejo que busca e um Pudor que se entrega -
Aos regatos ouvindo o constante marulho.
A sementeira farta abrolhando no rudo
Paul da terra é tão rica e boa! A setembro
Hemos tê-la sem par... - Mas o torpor sacudo:
Ilusão! Que é ilusão isso tudo, me lembro!
- A terra, estéril, jaz sem produzir - e em tudo
O implacável calor deste sol de novembro!...
......
A BELA ADORMECIDA
A alma levada longe, e todavia
Presente, e presa do segredo, anima,
Expira a rosa de opulento clima,
Flor viva, aroma novo, aura macia.
Desejo franze o beijo, e se inebria;
Abraço iluso preme e tem por cima
Um corpo alheio, — na delícia prima
De oculta flama que se nega ao Dia.
Entre vencido e surpreso, adivinha
O ser profundo e a vertigem da vida,
Fruto suspenso da secreta vinha...
Forma acesa de amor adormecida!
Para a primícias de um mistério antigo,
Um deus solerte quis dormir contigo.
Sonho o inverno. - Eis o inverno! eis a chuva que chega!
E a terra eis como um ser que ressuscita! O orgulho
Da vida corre após do carvalho ao tortulho,
O aguaceiro de abril vales e campos rega.
E a flor! E o fruto! E o aroma! - Aves, no doce arrulho
- Um Desejo que busca e um Pudor que se entrega -
Aos regatos ouvindo o constante marulho.
A sementeira farta abrolhando no rudo
Paul da terra é tão rica e boa! A setembro
Hemos tê-la sem par... - Mas o torpor sacudo:
Ilusão! Que é ilusão isso tudo, me lembro!
- A terra, estéril, jaz sem produzir - e em tudo
O implacável calor deste sol de novembro!...
......
A BELA ADORMECIDA
A alma levada longe, e todavia
Presente, e presa do segredo, anima,
Expira a rosa de opulento clima,
Flor viva, aroma novo, aura macia.
Desejo franze o beijo, e se inebria;
Abraço iluso preme e tem por cima
Um corpo alheio, — na delícia prima
De oculta flama que se nega ao Dia.
Entre vencido e surpreso, adivinha
O ser profundo e a vertigem da vida,
Fruto suspenso da secreta vinha...
Forma acesa de amor adormecida!
Para a primícias de um mistério antigo,
Um deus solerte quis dormir contigo.
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