PRETENSA RENÚNCIA AO POEMA BARROCO
Sabendo-te pérola
mergulhara no mar
perdendo o fôlego
adentrara tua concha
imersa em nuvens
Sabendo-te pérola
quisera-te tal qual o homem esférico
de Platão
sabedor da origem
dos fins do homem
Sabendo-te pérola
quisera-te também frágil
nascido das águas
ou da lua
da queda do orvalho
sobre a concha
era-me a ti
Sabendo-te pérola
quisera renunciar ao Poema Barroco
para não te saber pérola irregular
mas ainda pérola
e render-me a tua beleza translúcida
ao teu jogo de luz e sombra
aos teus movimentos em torno do nada
à embriaguez do teu Deus solene
ao tátil do teu abraço metafísico
a tua pungente alegria de estar sempre triste
Sabendo-te barroco
cintila nos olhos a pérola magoada
a triste alegria de saber-me
eternamente concha
......
MATRIS DIES
címbalos soam a palavra
Sangarida
sopra terral no ostensório do meu nome
teu nome
pedra
recifes à flor das águas
cinge aves do mar e peixes
amotinando-os ao verbo magro dos viajantes
Sangarida
tuas veias marítimas sangram o signo
habitam-me o ventre
ressuscitam sereias nas siremusas
anunciam o sal
não só vermelho cor da tarde
Sangarida Sangarida
o sangue principia novo nome
Sabendo-te pérola
mergulhara no mar
perdendo o fôlego
adentrara tua concha
imersa em nuvens
Sabendo-te pérola
quisera-te tal qual o homem esférico
de Platão
sabedor da origem
dos fins do homem
Sabendo-te pérola
quisera-te também frágil
nascido das águas
ou da lua
da queda do orvalho
sobre a concha
era-me a ti
Sabendo-te pérola
quisera renunciar ao Poema Barroco
para não te saber pérola irregular
mas ainda pérola
e render-me a tua beleza translúcida
ao teu jogo de luz e sombra
aos teus movimentos em torno do nada
à embriaguez do teu Deus solene
ao tátil do teu abraço metafísico
a tua pungente alegria de estar sempre triste
Sabendo-te barroco
cintila nos olhos a pérola magoada
a triste alegria de saber-me
eternamente concha
......
MATRIS DIES
címbalos soam a palavra
Sangarida
sopra terral no ostensório do meu nome
teu nome
pedra
recifes à flor das águas
cinge aves do mar e peixes
amotinando-os ao verbo magro dos viajantes
Sangarida
tuas veias marítimas sangram o signo
habitam-me o ventre
ressuscitam sereias nas siremusas
anunciam o sal
não só vermelho cor da tarde
Sangarida Sangarida
o sangue principia novo nome
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