segunda-feira, 24 de janeiro de 2022

LORD BYRON EM SINTRA – Raquel Naveira

 

Era ele,
Lord Byron,
Na carruagem que seguia
Pela serra
Rumo ao mosteiro suspenso,
Encostado à penedia.

Era ele,
Lord Byron,
O poeta romântico,
Buscando a liberdade
Com a paixão
De uma eterna idolatria.

Eu o vi:
A face lívida,
A capa negra de vampiro,
O sorriso de D. Juan cínico
Que enfeitiça a alma das mulheres
Na mais cruel vilania.

Era ele,
Na estrada de Sintra,
Naquele glorioso Éden,
Naquelas ruínas melancólicas,
Ele, tão jovem e propenso à desgraça,
Mestre supremo do ócio e do spleen,
Imerso naquela verdura
E no perfume das camélias.

Era ele,
Cheio de carisma e beleza,
Aristocrata da tormenta.

Foi depois daquele passeio que ele escreveu:
“Há um prazer nas florestas desconhecidas,
Um entusiasmo na costa solitária,
Uma sociedade onde ninguém penetra;
Amo não menos o homem, mas também a natureza.”

Lord Byron...
Ninguém foi tão disputado quanto ele
Desde os tempos da Guerra de Troia,
Eu o vi
Em sua viagem por terras da Ibéria,
Subindo em direção ao lago,
Como um anjo negro,
Maestro de uma gótica sinfonia.

A carruagem sumiu na neblina
E era emoção
O que eu sentia.

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