Recife quadro expressionista,
Cujos sombreados brotam
A consciência de cores e luzes.
Luzes que iluminam o cais, que cortam as pontes,
Cores que colorem os velhos sobrados.
Recife, cidade que abraça os rios,
Cidade de praças mil, menina valente,
Corpo quente que caminha entre a gente.
Veneza brasileira de noites calmas,
Das relicárias igrejas, museus, praias.
Recife expressão da maior condição humana.
Mares, rios, pontes humanas entre bosques.
Ponte Velha com seus lampiões e proteção de ferros bordados.
De mangue-vermelho, mangue-branco, capim elefante.
Cidade-ave, das jangadas, dos jangadeiros,
Que despertam o mar inteiro,
Que se eterniza ao longo dos anos.
Recife dos coqueirais, jacas, jambeiros.
Cidade das grandes misturas, que acorda valores.
Recife dos sobrados com marcas históricas,
Árabes, holandeses, portugueses que chegaram ao teu porto,
Escorregando em tuas mãos.
Recife caminho de pedras, cidade de homens,
Litoral de colonos, turistas, passistas.
Noites de eternos carnavais, saudosos carnavais.
Cidade, tu és a menina mais linda que meus olhos já viram.
Recife, mostra tua história, alimenta teus mitos
No grito forte dos caboclos de lança, maracatu Leão Coroado,
Blocos da saudade, tambores silenciosos.
Cidade querida de Capiba, Silvério Pessoa, Luiz Gonzaga,
Alceu Valença, Dominguinhos, Haidée Camelo, Lenine.
Recife das pitombas, araçás e mil amores,
Dos balangandãs, das cores das manhãs.
Cidade, tuas noites na beira do cais acordam Brennand,
O mar mansamente contempla sua obra.
O teu povo sai dançando nas ruas,
No compasso quente do teu coração,
Na alegria fugaz dos teus dias.
No sábado de Zé Pereira,
No Galo da madrugada:
Recife, tu és menina frevando em nossa alma.
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