Do livro “Abismo das Máscaras” (2017)
......
O tempo não tem horário
é um itinerário
onde apenas há passado
coisas gastas
e antigas
como o espaço
onde estamos
a esperar:
o último terminal.
O poeta aguarda
ainda
com esperanças
e vive entre homens
e mulheres
dentro de uma abóbada
vazia
respeitando
o trâmite silencioso
das coisas
transmudadas
em nada.
Ele é dono
de tantas esperas
está aqui
como criança nua
(tristemente nua)
quase no fim do itinerário
e quase a ser passado.
A vida
ofereceu coisas
para chorar
e outras pequenas
para alegrá-lo
mas todo poeta
tem dessas coisas
antes do esvanecimento.
Sobram terra e vegetais.
Sobram recordações.
Obrigado pela apresentação, Rafa https://talisandrade.blogs.sapo.pt/o-mergulho-de-alexsandro-souto-maior-4844722
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