segunda-feira, 3 de janeiro de 2022

INSTANCIAMO-NOS – Roberto Reis

 

instanciamo-nos
no enquanto-quando e ao fundo
do cenário
ouve bem a voz que se cala
que suspira
pois é assim que se sabe dizer

instanciamo-nos
no enquanto-quem e ao mundo
do erário
sente o toque que assino em tua

perna
trêmula, trêmula é tua carne e a minha é fome,
instanciamo-nos

no enquanto-como e à banda
deixo meus desencaixes
que ao fundo do erário
do mundo letra nenhuma segurou e osso
qualquer bandeou, estalou, e vi
você de costas e em minhas mãos
tinha um pouco do seu cabelo
e perfume barato,

instanciamo-nos e não adianta ter tido
você ou palavras bonitas além
e no adianto do tempo só vi minhas as insônias,
e teus gozos em lençóis de vinho
que não meus,
que outros instante
que tentarei fazer de olhos
fechados, escrevendo nu
e

deixando
meu suor escorrer no enquanto-agora
por absolutamente
instante-ninguém.

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