terça-feira, 11 de janeiro de 2022

MINHA FLORESTA RELUZENTE – Aleksandra Serbim

 

Nos arredores da minha infância
Mora uma floresta reluzente,
É majestosa como o rio,
Que tem secas as suas margens,
Mas rega o arbusto resistente.

Ah! Que me dera lá estar,
Para alçar um voo rasteiro,
E saborear o nevoeiro.
Leves nuvens de algodão,
Não quero pisar o chão,
Quero ser como Adão,
Formosura da criação!

Nesse labirinto escondido,
Sou ser da situação!
Um ser mágico, entorpecido,
Ciente de minha excitação.
Sabedor de todas as coisas,
Coisas de minha imaginação.

Sou um rio de estreito leito,
Abraço-me completamente.
Enamoro-me em águas claras,
Abro-me contra a corrente.
E como uma fada, pura,
Sacio a minha secura,
Aqui, e eternamente.

Mas depois do refrigério,
Do corpo a relaxar,
Ressoa a consciência,
É hora de debandar.
Percorro todo o trajeto,
No avesso por retomar.
Do outro lado me espera
O outro eu acenar.

Despeço-me da minha floresta,
Faço-o sem desalento.
Pois sei que intocada aguarda,
Pelo meu chamamento.
Oh! Floresta iluminada,
És em ti um monumento!
Dos tempos da meninice,
Do meu etéreo momento.

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