quinta-feira, 16 de dezembro de 2021

BALADA DO SETE-ESTRELO – Eduardo Dall’Alba

 

Sete noites, setestrelo de volúpia e desespero
sete espadas setestrelo sete noites no caminho
sete luzes setestrelo sete cruzes eu sozinho

sete lâmpadas acesas, sete carrilhões na estrada
sete sinos capuchinhos balindo o selo do nada
sete rosas sete espinhos sete pedras no caminho

sete vestidos de moça sete bocas sete fomes
sete noites mal dormidas sete contas setestrelo
sete anéis sete vidas sete espigas sete vezes

debulhadas no caminho eu sozinho setestrelo
sete músicas alegres sete baladas do belo
sete anáguas sete ventos sete mares setestrelo.

Sete cadarços de arame sete sandálias de prata
sete lampiões de fogo perdidos na densa mata
sete pares de meninos sete fomes no deserto

sete anáguas sete botas sete lampiões na estrada
sete noivos sete noivas sete estrelas esta noite
sete botas sete léguas sete caminhos diversos

sete versos sete pontas sete pregos no sapato
sete pedras sete ventos sete mares sete sótãos
sete janelas abertas sete casas espiando
espiando, enxergando, olhando sem dizer nada.

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