Tradução de Annie van der Meer
.........
Novembro Novembro Novembro
os dias se empilham
como famílias de folhas num campo seco
pego uma pedra redonda levo até meu pai
deitado na cama esperando
seu coração remendar
e ele a gira de novo e de novo
em suas mãos
Meu pai está me escrevendo
a história de sua vila
Ele conta o que pessoas
fizeram em outro país
antes de eu nascer
como seu melhor amigo foi enterrado vivo
e o menino sobreviveu dois dias na terra
como meu pai foi baixado com cordas
num poço descobrindo
jarras de barro de mil anos
como cada jarra guardava sementes
alfarroba e melão
e os aldeões escolheram sigilo
sabendo que os ingleses iam vir
com caminhões e escavar sua aldeia
A letra do meu pai muda de página para página
às vezes um rabisco solto e letras desconexas
às vezes uma nova subida grave
E eu outra vez repito
essas viagens tão gastas
vestindo uma vida diferente
em uma casa cercada por árvores
De noite as nozes caindo
fazem pequenos cliques sobre nós
Portas fechando
Mais e mais eu entendo
o que as pessoas fazem
Aprecio as bravuras diárias
camisas brancas limpas
bons dias entre homens velhos
De novo vejo como uma vez
que o barco vira você nunca esquece
a sensação de se afogar
mesmo se cantar para si
as canções conhecidas
Hoje meu rosto é pedra
e meus olhos são baldes
Ando pelas ruas baixando-os em tudo
mas eles sobem vazios
Eu diria ao meu pai
não posso me mover uma quadra sem você
nunca vou me recuperar do seu amor
mas estou ao lado da sua cama
dizendo coisas que já disse
e ele responde e continuamos assim
amaciando os silêncios
que nada cura
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Novembro Novembro Novembro
os dias se empilham
como famílias de folhas num campo seco
pego uma pedra redonda levo até meu pai
deitado na cama esperando
seu coração remendar
e ele a gira de novo e de novo
em suas mãos
Meu pai está me escrevendo
a história de sua vila
Ele conta o que pessoas
fizeram em outro país
antes de eu nascer
como seu melhor amigo foi enterrado vivo
e o menino sobreviveu dois dias na terra
como meu pai foi baixado com cordas
num poço descobrindo
jarras de barro de mil anos
como cada jarra guardava sementes
alfarroba e melão
e os aldeões escolheram sigilo
sabendo que os ingleses iam vir
com caminhões e escavar sua aldeia
A letra do meu pai muda de página para página
às vezes um rabisco solto e letras desconexas
às vezes uma nova subida grave
E eu outra vez repito
essas viagens tão gastas
vestindo uma vida diferente
em uma casa cercada por árvores
De noite as nozes caindo
fazem pequenos cliques sobre nós
Portas fechando
Mais e mais eu entendo
o que as pessoas fazem
Aprecio as bravuras diárias
camisas brancas limpas
bons dias entre homens velhos
De novo vejo como uma vez
que o barco vira você nunca esquece
a sensação de se afogar
mesmo se cantar para si
as canções conhecidas
Hoje meu rosto é pedra
e meus olhos são baldes
Ando pelas ruas baixando-os em tudo
mas eles sobem vazios
Eu diria ao meu pai
não posso me mover uma quadra sem você
nunca vou me recuperar do seu amor
mas estou ao lado da sua cama
dizendo coisas que já disse
e ele responde e continuamos assim
amaciando os silêncios
que nada cura
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