Tradução de Sónia Salomão
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Quando ainda o teu nome na mente,
Nausica Nausica, ressona,
– posso chamar-te assim porque o meu nome é Ninguém – ,
o sol inclina-se para o Ocidente
e alguma coisa, e não é o mar, se fende,
que a surriola ondejando indica ao vento,
estilete que ainda escreve com teu nome
na cera ardente da noite
a ilusão que o mar não desanima
de juntar-se a um porto.
E se um dia uma cidade estrangeira
ouvires um canto surgir de volta
de uma rua lateral
não desvie o passo, mas escuta,
escuta indo adiante,
aquele canto que lembra
quão inesquecível é o passado,
como se uma lâmina
atravessasse de novo a ferida;
mas o teu mesmo escutar, minha vida,
seja o último dom do esquecimento
Ah se em cidades estrangeiras
reencontrei a pátria
mais que na minha que não sei reencontrar
para não destruir este canto errante
talvez mais do que meu ouvido...
Sou velho
ou jovem? Não sei, não sei de nada
que o enigma não encerre no seu peito.
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Quando ainda o teu nome na mente,
Nausica Nausica, ressona,
– posso chamar-te assim porque o meu nome é Ninguém – ,
o sol inclina-se para o Ocidente
e alguma coisa, e não é o mar, se fende,
que a surriola ondejando indica ao vento,
estilete que ainda escreve com teu nome
na cera ardente da noite
a ilusão que o mar não desanima
de juntar-se a um porto.
E se um dia uma cidade estrangeira
ouvires um canto surgir de volta
de uma rua lateral
não desvie o passo, mas escuta,
escuta indo adiante,
aquele canto que lembra
quão inesquecível é o passado,
como se uma lâmina
atravessasse de novo a ferida;
mas o teu mesmo escutar, minha vida,
seja o último dom do esquecimento
Ah se em cidades estrangeiras
reencontrei a pátria
mais que na minha que não sei reencontrar
para não destruir este canto errante
talvez mais do que meu ouvido...
Sou velho
ou jovem? Não sei, não sei de nada
que o enigma não encerre no seu peito.
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