quarta-feira, 15 de dezembro de 2021

O GRITO DA NATUREZA EM PROSA POÉTICA - Paola Rhoden

 

Fazemos parte de um contexto
onde a finalidade de uns pode prejudicar
a de muitos outros.
Vemos as árvores serem cortadas
para enriquecer uns poucos,
deixando uma imensa ferida aberta
no seio de nosso chão,
onde a natureza levará muitos anos
para repor esse quinhão.
Notamos que, poucas pessoas se preocupam
com o que possa ficar no planeta
para o futuro, e não educam
os filhos e sua geração.
E nessa ordem, a Terra
poderá deixar de ser um planeta azul,
para se tornar cinza na escuridão.
Nada repõe uma floresta secular
colocada abaixo por mãos incautas.
De nada adianta o grito triste da juriti assustada
que se vê devassada
ao tombar seu ninho.
Fica no olvido o correr cansado e sozinho
do caititu sem lar.
As águas escasseiam, o solo seca,
os galhos ficam sem folhas,
e os pássaros não têm escolhas
ao ficar sem aconchego.
Quedamos a olhar esse mundo verde ruir,
pensando até quando a natureza,
suportará tantos maus tratos.
E isso é fato.
Nas cidades, o lixo entulha ruas e parques,
e os que por ali transitam
fingem ignorar o mal em que pisam.
A poluição do ar pelo imenso fluxo
de motores em combustão
fica denso e irrespirável.
E o mundo bom fica inviável.
Os rios citadinos, assoberbados pela grande massa
de sujeira em seus leitos,
quase sem nada de vida em seu seio,
ficam sem jeito,
e carregam para o mar o veneno
que lhe intumesce o âmago,
onde se mistura com o que lá já existe.
E o homem insiste.
Florestas, águas doces e salgadas, saturadas,
pelo poder enorme do desleixo humano,
que esconde por baixo dos panos,
a triste realidade,
deste homem que em seu viver destrói,
o que de melhor a natureza tem,
e demonstra no seu desdém,
sua mais vergonhosa maldade.
Essas arvores choram sua própria morte,
Que de sorte,
não tem mais ninguém.
Quem sabe um dia,
o grito daqueles que se preocupam com a vida,
seja ouvido pelos que usam serras,
e deixem em paz o planeta Terra,
e ainda haja tempo de salvar esse Planeta Azul.

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