domingo, 5 de dezembro de 2021

VELEIROS DA ESSÊNCIA – Rubênio Marcelo

vêm de horizontes nunca vistos
e trazem à proa
o mapa das messes inabituais
num tempo infinito
de invictas bandeiras e constelações...
trazem o lábio astral e o astrolábio
das meditações azuis
que tecem sublimes mareações...
têm adriças de sol e cordoalhas de mitos
que atesam a fruição
de transcendentes singraduras...

chegam altivos e sem defensas
traçando itinerários
coesos
afinados com insólitas conhecenças...
transportam sagas ancestrais
e trazem nas gáveas
núncios de auroras ressurgentes...

com místicos galhardetes
mirando os destinos cor de nuvens
afagam elísios
que sibilam prelúdios e vilancetes
e sabem dos seus timoneiros
trajados de brim
em brancas manhãs...

planam em silêncio na crista do verbo
|atentos ao mínimo aceno|
ao barlavento da criação
entre códigos, gaivotas e plenilúnios...
singram íntimas dádivas
para ampliar as escotilhas do sonho
e plenificar faróis nos
e s t a i s
da vaguidade...

vêm do estro
para nos desancorar das ilhas perdidas
vêm para fecundar correntes
no estio das vigílias
e para nos (e)levar
à paz das alvíssimas florações
dos portos longínquos...

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