sexta-feira, 17 de dezembro de 2021

SEARA - Teobaldo Virgínio Nobre de Melo

 

Ecos de veleiros idos e ficados
da história das águas secas
na terra dramática posta
nas encruzilhadas do mar.

Voragens que ficaram
na tristeza de cantigas e versos
na saudade de lembrar...
(que é dos meninos que andavam a brincar!)

E sempre a chamada do sangue
no instinto de sobreviver
à dor de laços desfeitos
na dispersão pelo litoral.

Filhos sem rótulos
desorientados à toa
sem saberem onde lhes ficou
a casa ou a mãe.

Seara vermelha
no pavor da espera
e as cantigas que ficaram
cantadas para calarem
outros meninos que nasceram.

Nem lendas nem lérias
dos ventos dos homens e da seca
na planície desventrada
de tanto dar os últimos rebentos.
Seara dramática vermelha desventrada!

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